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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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sábado, 2 de novembro de 2013

QUANDO FLORESCEM OS IBISCOS

É primavera. Florescem os Ibiscos.
A natureza se reveste de cor
em sua exuberância magistral.

Amarelo. Lilás. Rosa. Vermelho carmim. Rosa "carmim".

Belos. Encantadores. Ibiscos florescem e encantam nosso jardim.


O primeiro cultivo, veio-me
através das mãos habilidosas de minha mãe.




Era o rosa que a encantava
que a embalava.

Por todos os cantos do quintal
exalava seu perfume.

Ornava o jardim
demonstrava a natureza pródiga em sua rósea cor.

Partiu num querubim minha mãe.

Perdeu-se por um tempo a flor;
jamais sua lembrança.

Tal fênix ressurgi, impoluta, magistral,
exuberante
como exuberante é a natureza de Deus.




Desconhecia então outros Ibiscos, os quais passei a observar.

Eis aqui: Cinco pétalas em tom vermelho
numa flor que aos olhos salta.
Seu tamanho encanta.
Mescla-se ao verde da folhagem, generosa

Sutilmente o tom grena, como hábil pintor, 
delineia seu miolo.
Gracioso pistilo, cravejado de pontinhos amarelos tal brilhante,
 salta para fora da bela flor, 
como a espargir a vida que dentro se encontra. 




Penso em minha mãe. Sempre  presente em lembranças...
Como haveria de observar, admirar, amar e cultivar essa raridade
que só aqui em São Carlos pude encontrar.

Obrigada Deus por me proporcionar esse momento tão rico e gratificante.




O tom de rosa "carmim"
não há como defini-la 
fora encontrado num jardim de uma praça distante.

Alguns galhos foram suficientes
para que o cultivo logo se fizera presente.
O resultado! Uma encorpada flor, 
pesada, dando impressão de que seu suave galho
não a poderá sustentar.
Tom forte. Perfume suave
encanta os olhares que a observam:
a máquina que fotografa a cena 
o blog que registra o momento.
A autora que delira em êxtase.



Ah! Minha mãe.
É para ti que os cultivamos.
É para ti que dedicamos este instante.

Aguardo agora por um amarelo.
Ele existe.
Já o tive em mãos, mas ainda não vingou.
Tempo há de chegar.




Mas. Veja minha mãe. 
Quem chegou sorrateiro
Em tom amarelo claro
Miolo vermelho.
Enquanto aguardamos pelo amarelo sonhado.

Fina ramagem verde musgo
Sim...Mais uma preciosidade
nas ruas de São Carlos.
Onde se escondiam os tais?

Saudade do nosso passado. Retalhos que recolho.
Retalhos tecidos que chuleiam o presente.

Saudade de minha mãe. Saudade do meu pai. Saudade do meu irmão. Éramos três.

Agora... Somos lembranças... Retalhos recolhidos. Retalhos amealhados. Retalhos chuleados. 


Logo o gosto pelos tais viria colorir nossa casa, no presente.
Presente da lembrança de minha mãe sempre presente:


Os gestos, os gostos, o amor pelas plantas.
Herança que me deixaria
- meu legado maior -
o estar entre lãs, linhas, cores e flores.

Porque da janela, entre as grades, podemos observar os botões em flor. 

É o Ibisco rosa que mescla entre as linhas, a cortina que guarda lembranças tantas.

Parece que este quer superar os demais.

Por todo canto a divisão multiplica. Suas mudas florescem sorrateiras. Deslumbrantes. 






Agora é o lilás que adorna o quintal da casa.
Cor que me faz lembrar seus 
bordados primorosos e delicados. 

O Ibisco sabe entender o que expresso.
O bordado de suas pétalas
não fora tecido por mãos de fadas
mas pela própria mão do Criador.

Natureza exuberante de Deus
agracia-nos todos os dias,
basta olhos para olhar.









Entre os Ibiscos uma lágrima aparece!

Lágrimas de saudade...
Lágrimas que marejam olhos
descem rosto.

Soluço abafado
sufocado.
Soluço que vem da alma.

Lágrimas em flor nosso jardim floresce.
E pode entregar a minha mãe
o frescor e a delicadeza de suas cores
de suas pétalas sedosas.






Mas... Percebi não só Ibiscos
O "brasileirinho" - cróton -
Enfeita o jardim.







Por todos os lados lá estão eles.
Mesclando-se as folhas generosas que adornam os cantos do quintal.
Fazem Gatucha repousar em sua sombra.












Mãe...
É para ti nosso jardim. Em agradecimento.
A natureza exuberante de Deus,
retribui-nos o gosto pelas plantas
em beleza, leveza, suavidade,
cores e encantamento.

É primavera
Aqui a era alemã volta a florir.
Sua ramagem verde e frondosa,
traz chuviscos de pequenas flores amarelas.
Delicadeza nas pétalas a exalar o perfume -  aroma de mel.

Outros tons virão adornar nosso jardim.
Um pedacinho do paraíso
no Jardim Paulistano em São Carlos.






acompanhe em...

http://www.youtube.com/watch?v=JC7hd6qL-ys&feature=youtu.be

http://www.youtube.com/watch?v=xttkdWIGD6k&feature=youtu.be

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fotos, montagem e publicação de Inajá Martins de Almeida
São Carlos 02/11/2011


Um comentário:

Inajá Martins de Almeida disse...

Comentário primeiramente fora encaminhado ao texto da Escritora Ely Vieitez Lisboa http://replantiodeoutono.blogspot.com.br/2013/10/mensagem-minha-mae.html#comment-form
por Inajá Martins de Almeida2 de novembro de 2013 19:13

Ely

Teu artigo me fez várias leituras. Releituras tantas. Nas tuas linhas me vi - eu e minha mãe. Amigas. Cúmplices. Irmãs. Mãe e filha. Filha e mãe, como dizia quando se sentia mais na minha dependência. Os passos lentos denunciavam a proximidade da partida. Minha mãe estava com 77 anos. Eu não podia imaginar. Eu tinha apenas 54 anos. Queria usufruir mais de minha mãe. Não fora possível. Há nove anos atrás ela partia. Exatamente no mês de outubro, dia 24. Hoje relendo teu texto, percebi o quanto ela amava os Ibiscos. Eu os tenho vários. Há dias gostaria de dedicar algumas linhas. Fora-me tuas palavras que me entusiasmaram. Fizeram-me dedicar tempo demorado. Aqui também estou. Quero compartilhar. Nossas mães nos foram e nos são eternas. Amor incondicional que só as mães sabem e podem ter. Beijos amiga. Obrigada por este espaço. Compartilho meu link http://retalhosdeleituras.blogspot.com.br/2013/11/quando-florescem-os-ibiscos.html

Depois a resposta da escritora Ely para Inajá


Ely Vieitez Lisboa2 de novembro de 2013 19:50

Querida Inajá! Acabo de ler a página do seu Blog e estou literalmente encantada!
Sua alma é poesia pura!
Quando vai eternizar seus pensamentos líricos, em prosa e verso, em livro?
Tentei deixar um comentário no seu Blog, mas não consegui.
Sempre que leio os seus, como o aí acima, fico fascinada. Inteligência e sensibilidade!
Hosana, poetisa!!!
Ely

Agradeço as palavras e as coloco, todas, aqui neste meu espaço.
Inajá Martins de Almeida